Essa não sou mais eu

Nosso senso de identidade pode ser algo engraçado. Todo mundo, em algum momento, já se perguntou: “Quem sou eu?”

Se perguntassem como você se define, o que você diria?

Pessoalmente, eu era uma estudante e agora sou uma escritora. Na maioria das vezes, eu me identifico simplesmente como ruiva, mulher ou pelo meu tradicional sistema de crença. No entanto, por muitos anos, a resposta era exclusiva e inequivocamente dançarina.

Quando criança, eu era incrivelmente tímida em situações sociais e, na tentativa de me curar dessa aflição, meus pais me matricularam em uma academia de dança local. Eu adorei logo de cara e vivia com meu collant.

Logo eu estava dançando quase vinte horas por semana. Aprendi o significado de “sem dor, sem ganho” em tenra idade, mas eu estava inquestionavelmente feliz e segura em quem eu era como dançarina.

Porém, eu cresci e alcancei uma altura estranha; era só pele e ossos. Meu professor apontava minhas falhas físicas para o resto da turma e incentivava-os a rir de mim. Foi tão estressante que meu cabelo começou a cair aos montes.

Eu fui da certeza de que eu era delicada e preciosa para a sensação de ser uma aberração da natureza.

Pela primeira vez, aquilo que eu tinha mais certeza – que eu tinha um dom, que eu era graciosa, que eu era digna – virou uma questão. Eu ainda era uma dançarina agora que não parecia com as outras dançarinas? Eu fui da certeza de que eu era delicada e preciosa para a sensação de ser uma aberração da natureza.

Trocar de academia parecia a melhor opção quando meus pais e eu avaliamos o dano emocional que eu estava sofrendo com um instrutor que praticava abuso verbal. Contudo, se você já mudou de escola ou local de trabalho, sabe como pode ser difícil recomeçar em outro lugar, mesmo que tenha as habilidades necessárias para ter sucesso. Demorou muito tempo para eu me adaptar a um estúdio menor e a um professor mais tranquilo.

As meninas da minha nova turma já tinham desenvolvido suas curvas e eu ainda estava reta como uma tábua e mais alta que o resto das meninas, então, meu novo professor me dava os papéis masculinos nos recitais. Havia uma clara hierarquia e eu sabia que me encaixava em algum lugar na base da pirâmide. Com o tempo, fiquei à vontade e, mais uma vez, comecei a me sentir mais segura comigo mesma.

Um dia, contra o meu bom senso, deixei um amigo me ensinar a andar de skate e arrebentei meu tornozelo. Depois de algumas cirurgias e um ano de fisioterapia, voltei a dançar para perceber que eu estava tão atrasada em relação às minhas colegas de classe que não parecia provável recuperar o tempo perdido. Em um momento de sinceridade do meu instrutor, ele me disse que eu iria atrasar minhas colegas se eu tentasse competir novamente.

Eu estava perdida. Tive pouca escolha a não ser parar de dançar depois de 14 anos dolorosos, mas satisfatórios. Meu coração e minhas esperanças foram despedaçadas, e fiquei me perguntando quem eu era e como cataria os caquinhos.

Depois disso, fiquei muito parecida com um camaleão, buscando ainda mais obter aprovação das pessoas ao meu redor e me encaixar em qualquer grupo que encontrasse. Tentei esconder minhas falhas físicas e internas; qualquer coisa para ser aceita e apreciada. Senti que tinha jogado fora o amor que a dança havia conquistado em mim ao ficar muito alta, muito garotinho ou sensível demais.

Eu sonhava com alguém que visse minhas falhas e me amasse ainda assim, mas eu nunca acreditei que era possível. Levou tempo para eu descobrir que minha identidade está em algo que vai além das minhas habilidades ou aparência.

Talvez você se identifique como uma pessoa muito bonita ou adepta do “faça você mesmo”, uma atleta ou um pai, um acadêmico ou uma vendedora: essas coisas vão mudar. Todos nós queremos saber que valemos alguma coisa, para sermos reconhecidos como pessoas importantes que não mudarão com o tempo. Caso encontrar e se sentir confiante em sua identidade seja a questão que você enfrenta, alguém de nossa equipe adoraria conversar com você. Deixe suas informações de contato abaixo. Você não está sozinho(a).


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